Catedral
Composição: Kim
Às vezes é melhor deixar o barco correr
Às vezes é melhor não ter o que dizer
Às vezes é melhor não confiar em alguém
Às vezes pode ser um risco a correr.
Sabe aquelas horas que são eternidades
Que trazem só distâncias e nunca a verdade.
Sabe aquele medo que não pede licença
Que te soca dormindo, sem tempo de ter reação.
Às vezes é melhor se esconder
Mas como então viver e aprender sem se machucar
Às vezes eu não quero parar de acreditar
Às vezes da uma vontade louca de parar
Às vezes eu me sinto livre e quero ir pro mar
Às vezes eu não quero nem mesmo pensar.
terça-feira, 8 de setembro de 2009
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
As vezes, em sonho triste
Fernando Pessoa
As vezes, em sonho triste
Nos meus desejos existe
Longinquamente um país
Onde ser feliz consiste
Apenas em ser feliz.
Vive-se como se nasce
Sem o querer nem saber.
Nessa ilusão de viver
O tempo morre e renasce
Sem que o sintamos correr.
O sentir e o desejar
São banidos dessa terra.
O amor não é amor
Nesse país por onde erra
Meu longínquo divagar.
Nem se sonha nem se vive: É uma infância sem fim.
Parece que se revive
Tão suave é viver assim
Nesse impossível jardim.
As vezes, em sonho triste
Nos meus desejos existe
Longinquamente um país
Onde ser feliz consiste
Apenas em ser feliz.
Vive-se como se nasce
Sem o querer nem saber.
Nessa ilusão de viver
O tempo morre e renasce
Sem que o sintamos correr.
O sentir e o desejar
São banidos dessa terra.
O amor não é amor
Nesse país por onde erra
Meu longínquo divagar.
Nem se sonha nem se vive: É uma infância sem fim.
Parece que se revive
Tão suave é viver assim
Nesse impossível jardim.
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Fernando Pessoa
Amor é fogo que arde sem se ver
de Luís Vaz de Camões
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favornos corações humanos amizade,se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favornos corações humanos amizade,se tão contrário a si é o mesmo Amor?
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Alívio Imediato
Engenheiros do Hawaii
Composição: Humberto Gessinger
O melhor esconderijo, a maior escuridão
Já não servem de abrigo, já não dão proteção
A Líbia é bombardeada, a libido e o vírus
O poder, o pudor, os lábios e o batom (2x)
Que a chuva caia
Como uma luva
Um diluvio
Um delírio
Que a chuva traga
Alivio imediato
Que a noite caia
De repente caia
Tão demente
Quanto um raio
Que a noite traga
Alivio imediato
Há espaço pra todos, há um imenso vazio
Nesse espelho quebrado por alguém que partiu
A noite cai de alturas impossíveis
E quebra o silencio e parte o coração
Há um muro de concreto entre nossos lábios
Há um muro de Berlim dentro de mim
Tudo se divide, todos se separam
Duas Alemanhas, duas Coreias
Tudo se divide, todos se separam
Que a chuva caia
Como uma luva
Um diluvio
Um delírio
Que a chuva traga
Alivio imediato
Que a noite caia
De repente caia
Tão demente
Quanto um raio
Que a noite traga
Alivio imediato
Composição: Humberto Gessinger
O melhor esconderijo, a maior escuridão
Já não servem de abrigo, já não dão proteção
A Líbia é bombardeada, a libido e o vírus
O poder, o pudor, os lábios e o batom (2x)
Que a chuva caia
Como uma luva
Um diluvio
Um delírio
Que a chuva traga
Alivio imediato
Que a noite caia
De repente caia
Tão demente
Quanto um raio
Que a noite traga
Alivio imediato
Há espaço pra todos, há um imenso vazio
Nesse espelho quebrado por alguém que partiu
A noite cai de alturas impossíveis
E quebra o silencio e parte o coração
Há um muro de concreto entre nossos lábios
Há um muro de Berlim dentro de mim
Tudo se divide, todos se separam
Duas Alemanhas, duas Coreias
Tudo se divide, todos se separam
Que a chuva caia
Como uma luva
Um diluvio
Um delírio
Que a chuva traga
Alivio imediato
Que a noite caia
De repente caia
Tão demente
Quanto um raio
Que a noite traga
Alivio imediato
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